sábado, 24 de outubro de 2009

Travessia

De repente, abro meu guarda-roupa e percebo que as roupas são as mesmas. Me olho no espelho, percebo que meu corpo sofreu mudanças que o tempo não deixou que percebesse. Assim, procuro uma explicação para tais conflitos.
Junto com tudo isso, percebo que meus amigos já não são os mesmos também; ora aumentam ora diminui. Talvez seja hora de mudanças, da travessia, porque estéticamente e históricamente mudamos.
Se continuar com as mesmas roupas, que já tem a forma do meu corpo, talvez não tenha coragem de encarar o caminho que escolho, porquê assim como as roupas velhas, são escolhas, se continuarmos usando e usando um dia elas rasgam e para remendá-las será pior do que trocá-las enquanto há tempo.
Quando abandonamos algo, deixamos para trás caminhos que nos levam aos mesmos lugares, se não ousarmos em abandonar, ficaremos assim parados, as nossas margens.
As explicações das tais mudanças é o tempo, nosso maior vilão quando queremos usar as mesmas roupas e nosso maior amigo quando decidimos abandoná-las e amadurecer. O que me falta é coragem, coragem de deixar as lembranças ao invéz de transformá-las.

Adaptação do poema de Fernando Pessoa.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Férias

A multidão que me encanta e ao mesmo tempo ele me sufoca.
Feriado chegando, meu aniversário também e eu aqui esperando os vinte e quatro anos abdusir minha mente, pois o corpo já se sente mais velho à muito tempo.
Estou numa fase de muito cansaço, muito stress e pouca espectativa do amanhã onde não consigo fazer planos e nem me deleitar dos que estão se realizando. Aquela fase de medo que eu tinha está ultrapassada porém, agora, sinto as cobranças. Confesso que as vezes não sei lidar com elas mas me acalmo para não tomar decisões preciptadas. Acho que preciso de férias, somente eu, isolado de tudo e de preferência com um mar gigantesco na minha frente.
Não tô com paciência para as pessoas, acho que a natureza neste momento me entenderia. Só desejo que este ano passe muito rápido, assim não me importaria mais com os meus vinte e quatro anos e tomaria minhas decisões porquê agora, só quero férias!

sábado, 25 de julho de 2009

O que fica são só lembranças.

Assim era o nativo! A quem podemos atribuir o nome de "autóctone". Aguardando o que mais seria de sua noite, depois de confraternizar com seus amigos, momentos ao qual todas as vezes surgem lembranças que sempre são reapresentadas para que o instante possa existir. E como seria, viver sem essas lembranças? E porquê não criar novos momentos para que surgem novas lembranças? Onde com certeza será lembrada em mais um dia desses encontros. Talvez o momento ali, não precisasse de passados e sim de presenças que eram percebidas quando surgia o silêncio, onde rotineiramente escultava-se o som da colher esbarrando no fundo do copo ou então o som da torrada que se quebrava violentamente entre os dentes, onde eram esmagadas e engolidas. Assim, surgem as amizades atravéz do silêncio sem contatos, somente atravéz de olhares.

Quando se conhece o caminho onde se passa, não adianta querer enxergar além do que se vê sempre. O espaço ali existe, não se movimenta nem se quer abre novas passagens para que sua noite possa ser diferente, Tudo permanece intácto.

A noite sempre te cobra aquilo que o dia te deu. Mas nessa noite o autóctone se via vencido pelo cansaço, queria sentir seu corpo calmo sem movimentação brusca, nada que pudesse desviar sua mente ou que direcionasse sua visão transformando em pensamentos insanos. Mesmo assim, ele não se via derrotado, apenas um pouco de amargura e tristeza, onde o corpo não entendia a sua mente.

O lugar precisava ser escuro para que realmente pudesse se sentir sozinho, descobri sua respiração, tato, sons e porquê não o silêncio? Mas não entendia como poderia enxergar o reflexo da alma num submundo apagado. Mas enxergou! Enxergou o Português que surgia levemente entre os canhões de luz que insistia em desviar a visão, mas agora é tarde, seus olhares se cruzaram, setia um ao outro num calor intenso sem precisar estar próximos. Apenas não existia coragem de aproximarem mas depois que o "autóctone" percebeu que não estava mais sozinho em mundo que imaginava ser de fantasias, balançou a cabeça dizendo que sim, o sim que permitia existir, que permitia descobrir de uma forma diferente aquilo que já estava saturado. Com sua coca-cola, gelo e limão podia adoçar sua boca levemente até que o limão destruia o doce com sua acidez e o gelo acalmava esse atrito do seu paladar.

De repente estavam ali, próximos. Boca-boca, mente-mente, pele-pele. Não entendia mais seu corpo que se alterava de forma marginal, mas queria descobrir sua mente que estava tão confusa naquele momento. Assim permitiu sair daquele lugar escuro e discutir frases sobre portuguesesXautóctones. Num mundo deslumbrante, uma paisagem fria, aquela vida das pessoas pareciam ter parado de uma forma tão dolorosa, que os dois não entendia porque o noite era calada. Passos surgiam ao longe, mas impossível saber a origem. Tinham a sensação de estarem sendo vigiados mas não sabiam por quem. O português era o mais corajoso, talvéz seja culpa do alcóol que consumia suas palavras, onde raramente se definia com clareza, mas isso não impediu de que abraços penetrantes aparecessem, que o autóctone pudesse recitar um poema de Bárbara Heleodora "Bárbara louca", não se sabe porque este poema, mas era necessário.

A noite transmitiu tristeza, muita tristeza para o português, mas ele não sabia explicar o porquê. Apenas pedia abraços que lhe pudesse sentir presente, ao lado de alguém que lhe dava segurança, como colo de mãe, numa noite onde se tem pesadelos. Ele dizia que as pessoas ali, que estava dentro dos seus abrigos eram tristes, sozinhas, elas estava sentindo dores, mas infelizmente ele não poderia ajudar, mas sendo um profissional da área da saúde. Somente o "autóctone" entendia aquele sofrimento, porque ele vivera ali 23 anos corridos de sua vida, já não aguentava mais ser a dor que as pessoas viam, mas ele não queria que aquilo acabasse, queria ficar ali, ver o sol jogar violentamente seus raios em seu rosto, para que pudesse despertar e esquecer o sofrimento daquela noite que não sentia mais sozinho, porque tinha do seu lado, alguém destemido.

Mas a alegria durava pouco, porque a cidade daquele lado se despertava, os galos carcarejavam, o escuridão estava sendo expulsa dando lugar ao cinza misturado com aquele verde. Foram embora no ressoar das seis badaladas, eram seis vidas nascendo, seis morrendo, eram apenas seis horas da manhã.

O português foi em busca do seu caminho e o "autóctone" fora embora voltando a ser sozinho, sentindo medo, querendo correr, e pensando que mesmo quando se vivi momentos ao lado de alguém, o que fica são só lembranças.




Texto: Ronaldo D´carma
Inspiração: Caio Fernando de Abreu

quinta-feira, 4 de junho de 2009

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ouro De tolo

Na estrada escura, de Ouro Preto à Mariana, nem tudo que brilha é ouro........

terça-feira, 24 de março de 2009

Deixa, deixa...


"Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso desta vida. Preciso demais desabafar".

Já dizia Marcelo D2. Desabafos é sinal de que algum sentimento chegou ao limite. Talvez não tenha nada pra desabafar, mas muitas vezes prefiro calar-me pra não parecer volúvel demais. Mas é bom me sentir assim novamente, mesmo com este sentimento de querer fugir, sair no ombro do cavalo galopando pelo espaço e pensar: "explode cultura terrestre", ainda sim consigo sentir conforto novamente.
Quando esculto vozes que vem por uma fibra ótica, passando por debaixo da terra com distância de 100 km ou então, vai até o espaço, passa dentro de um satélite e remete aqui com uma velocidade incalculável, me sinto bem. Realmente bem. Perdi muito tempo, alimentei minha inútil espectativa de vida, fiz projetos em vão que terminaram em ruínas, em um curto espaço de tempo, que foi o retrato da minha incopetência de amar.
O dia que mais estava rindo, foi o dia que mais chorei por dentro, não gosto de refletir ao mundo meu sofrimento, mas o mundo descarrega em mim o seu pior pesadelo. Eu sou vago, inconstante e passageiro demais, mas sinto minha mudança, sinto que posso ser o que quero, e não tentar enxergar nos meus pais e culpa-los pelo que sou hoje. Hoje posso ser, quero ser, mas preciso de paciência e silêncio.
A você, obrigado por acreditar em mim, por me fazer forte quando deveria chorar, por me abraçar com presença e me esperar quando poderia dizer Adeus.
E a você, meu caro amigo Zé, obrigado por limpar minhas lágrimas e acreditá-las que são de verdade, só preciso do seu silêncio e nada mais.

A felicidade está ai, olha pro lado! Não viu? Pena... Um dia vocês cansam da solidão.

"deixa, deixa, deixa, eu dizer o que penso desta vida. Preciso demais desabafar".
http://www.youtube.com/watch?v=I2fifH5ptJE
Tô com saudades.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Amigos de várias cores.

Já imaginou ter amigos coloridos?
Não imagine! Temos pessoas que fazem parte do nosso dia-dia, que interfere na nossa maneira de enxergar o mundo das cores. Somos feitos de carne, osso, sentimento e cores, sejam elas entrepostas ou associadas a nossa realidade ou personalidade. As cores exercem influência no elo de convivência com o ser humano, pode expressar sentimentos que não precisa ser dito apenas observado.
Pelas cores, sabemos o que acontece com o interior de cada um, seja nas expressões materiais ou intangíveis, exercendo influências psicológicas sobre o ser humano. Relacionada a visão, algumas tranquilizam outras, causam desconfortos. São captadas pelo cérebro, que irão refletir em ações pelo corpo.
O preto permite a auto-análise, a introspecção, pode significar também dignidade, está associado ao mistério.
O branco remete a paz, sinceridade, pureza, verdade, inocência, calma.
O verde simboliza esperança, perseverança, calma, vigor e juventude.
O vermelho ativa e estimula, significa elegância, paixão, conquista, requinte e liderança.
A cor amarela desperta, traz leveza, descontração, otimismo. Simboliza criatividade, juventude, alegria.
A cor azul produz segurança, compreensão. Propicia saúde emocional e simboliza lealdade, confiança e tranqüilidade.
O laranja além de significar movimento, espontaneidade, tolerância, gentileza, é uma cor estimulante.
O cinza promove equilíbrio e estabilidade.
rosa significa romance, sensualidade, beleza.
A cor violeta significa sinceridade, dignidade, prosperidade, respeito.
O marrom associa-se a estabilidade, constância, significa responsabilidade e maturidade.

E você, que cor é?